Como surgiu o scanner intraoral na Odontologia?
Foi na década 1970 que François Duret apresentou conceito de como utilizar tecnologias de digitalização da indústria adaptadas para odontologia. Sua ideia baseou-se em digitalizar preparos opticamente com um laser e depois fresar a restauração final.
Em dezembro de 1980, Werner Mörmann e Marco Brandestini, escanearam seu primeiro paciente. Dois anos mais tarde (1982), o primeiro scanner portátil foi desenvolvido e, em 1983, a primeira inlay foi fresada, quando o primeiro protótipo de um sistema de CadCam foi apresentado no Entretiens dela Garanciere em Paris.
Em 1985, o primeiro scanner intraoral (IOS) foi lançada e em 1987 estava comercialmente disponível através da CEREC 1 (Sirona, Bensheim, Alemanha).
O scanner intraoral
O Scanner Intraoral (IOS) é um dispositivo composto por uma câmera manual, um computador e um software. O objetivo do IOS é registrar com precisão a geometria tridimensional um objeto. O formato digital mais utilizado é o STL (Standard Tessellation Language). Este formato já é usado em muitos campos e descreve uma sucessão de superfícies trianguladas onde cada triângulo é definido por três pontos em uma superfície. No entanto, outros formatos de arquivo foram desenvolvidos para gravar cor, transparência ou textura de tecidos, como o PLY Polygon File Format, arquivos PLY.
Independentemente do tipo de tecnologia de imagem empregada pelo IOS, todas as câmeras exigem a projeção de luz que é então registrada como imagens individuais ou vídeo e compilados por um software após o reconhecimento do POI (pontos de interesse). Primeiro, duas coordenadas (x e y) de cada ponto são avaliadas e a terceira coordenada (z) é então calculada dependendo da distância para objetar as tecnologias de cada câmera.
Fonte de luz
Todos os scanners intraorais têm o mesmo objetivo, digitalizar o tamanho, a forma e superfície de um objeto físico em uma forma virtual geométrica. Esta aquisição precisa ser replicável, reproduzível e precisa.
Os fabricantes do IOS tentam atingir esses objetivos com hardware diferentes e configurações de softwares. Existem dois passos básicos de aquisição, sendo:
O scanner utiliza algum tipo de luz óptica para capturar o objeto. Esta luz pode ser ativa ou passiva. A passiva usa a luz do ambiente e depende da textura do objeto digitalizado para sua captura.
Já a luz ativa é branca, vermelha ou azul estruturada e depende menos da textura do que está sendo digitalizado. Na técnica ativa, um ponto luminoso é projetado sobre o objeto a ser digitalizado. Esse ponto é capturado pelo receptor, tornando possível calcular a distância através da triangulação. A aquisição de superfície consiste em imagens ou um vídeo.
Todas as técnicas são baseadas em reflexões da superfície do que está sendo digitalizado. Para uso intraoral existem muitas superfícies desafiadoras, como sangue, saliva, metais, superfícies compostas, esmalte, dentina, tecido mole e diferentes condições de luz dependendo do operador, luminosidade do consultório e do próprio scanner.
Alguns fabricantes recomendam a aplicação de um pó nas superfícies antes de digitalizar. Este procedimento muda as propriedades reflexivas das superfícies e simplifica a aquisição.
O procedimento de aplicação do pó pode alterar a geometria da superfície até 40 μm dependendo de como o pó é aplicado.
Outra estratégia para as superfícies reflexivas na cavidade oral é o uso de filtros polarizadores encontrado já incorporados na maioria das marcas vendidas atualmente.